RESUMÃO!
O Perfil F-V é a relação entra a Força produzida pelo sistema neuromuscular e a Velocidade de deslocamento de um segmento ou carga. Para cada indivíduo existe um Perfil F-V Ideal, no qual o desempenho em ações balísticas (saltos) é maximizado. No perfil ideal, há equilíbrio entre os componentes de força e velocidade. A diferença entre o Perfil F-V Ideal e o Perfil F-V Atual de um atleta é chamada de Desequilíbrio F-V, por meio do qual é possível identificar qual componente está se sobressaindo e qual deve ser mais trabalhado.
Após 9 semanas de treinamento com enfoque em diminuir o Desequilíbrio F-V, todos os atletas aumentaram a altura de salto entre 7% à 14% em média.
Effectiveness of an Individualized Training Based on Force-Velocity Profiling during Jumping
O desempenho em atividades balísticas, especialmente nos saltos, pode se definido como a capacidade de acelerar a massa corporal o máximo possível no menor intervalo de tempo possível.
De tal maneira, apesar da altura do salto ser amplamente dependente da Potência Máxima (Pmax) produzida pelos membros inferiores, ela também é influenciada pela relação como a velocidade e a força são desenvolvidas no movimento, algo que é conhecido como Perfil Força-Velocidade ( pF-V).
O pF-V é a relação entra a Força produzida pelo sistema neuromuscular e a Velocidade de deslocamento de um segmento ou carga. Essa relação é inversamente proporcional, na qual quanto maior a força menor a velocidade, e quanto maior a velocidade menor a força.
Para cada atleta existe um pF-V Ideal, no qual o desempenho em ações balísticas (saltos) é maximizado. No perfil ideal, há equilíbrio entre os componentes de força e velocidade.
A diferença entre o pF-V Atual e o pF-V Ideal de um atleta é chamada de Desequilíbrio Força-Velocidade (dF-V), por meio do qual é possível identificar a magnitude de qual componente está se sobressaindo ao outro e qual deva ser mais treinado.
Atleta A possui Déficit de Velocidade. Atleta B possui Déficit de Força.
Quando há um Déficit de Força (DF), o treinamento deve ser focado em aumentar a Pmax ao mesmo tempo em que diminui o dF-V pelo aumento da força.
No outro lado do espectro Força-Velocidade, quando há Déficit de Velocidade (DV), o treinamento deve visar o aumento da Pmax por meio do aumento da capacidade de atingir altas velocidades nos deslocamentos corporais.
Quando há um baixo dF-V, ou seja, um pF-V Equilibrado, o treinamento deve ser distribuído por toda a curva do pF-V, visando levar toda a curva para a direita e com isso, um aumento da Pmax.
Para uma dada Pmax, a altura do salto é negativamente correlacionada com o dF-V. Dessa maneira, quantificar o desquilíbrio e prescrever o treinamento visando aproximar o pF-V Atual do pF-V Ideal seria uma forma eficiente de aumentar o desempenho nos saltos.
Visando demonstrar a superioridade de um programa de treinamento individualizado, focado na diminuição do dF-V, na Altura de Saltos Verticais, JIMÉNEZ-REYES et al. (2017) recrutaram 84 atletas de futebol e rugby. Os atletas foram submetidos a uma sequência de saltos sem e com cargas (17 à 87 Kg) para que a sua altura de salto vertical, pF-V Atual, pF-V Ideal e dF-V fossem estipulados.
Após os testes, os atletas foram divididos em 3 grupos: Grupo Otimizado (Dividido em subgrupos focados em minimizar o dF-V dos atletas: DF [n=22], DV [n=18], pF-V Equilibrado [n=6]); Grupo Não Otimizado [n=18]; e Grupo Controle (n=20).
Durante 9 semanas, os subgrupos treinaram com foco em minimizar os seus déficits e/ou aumentar a Pmax (pF-V Equilibrado), enquanto o Grupo Não Otimizado realizou um treinamento similar ao subgrupo pF-V Equilibrado e o Grupo Controle não realizou treinamento de força.
Após 9 semanas de treinamento, os subgrupos DF e DV diminuiram os seus dF-V com tamanhos de efeitos grande e extremamente grande, respectivamente, equanto o subgrupo pF-V Equilibrado teve uma alteração não clara e um pequeno aumento na Pmax. Para o grupo Não Otimizado, as mudanças possivelmente foram triviais e variaram grandemente entre os atletas.
Todos os atletas do Grupo Otimizado (46 de 46) responderam beneficamente a mudança na altura do salto, aumentando a sua altura, com tamanhos de efeito possivelmente grande e extremente grande, enquanto no Grupo Não Otimizado (7 de 18) e Controle (1 de 20) os desempenhos foram muito mais variados e em menor magnitude.
Portanto, um treinamento individualizado visando a diminuição do dF-V é mais eficiente que o treinamento tradicional, realizado de forma indiferente entre todos os atletas, para o desempenho nos saltos verticais.
Referência